O sofrimento é inerente à vida humana. A felicidade, uma escolha.
O sofrimento é como uma herança trazida do não-criado. Todo e qualquer ser vivo, independente de espécie, local de nascimento, cor da pele, orientação sexual, visão política, quantidade de dinheiro, famoso ou anônimo, vai, inevitavelmente, enfrentar envelhecimento, doença e morte, causas do sofrimento. O sofrimento é, de fato, democrático.
O sofrimento é o ponto de partida. A felicidade, uma opção de destino.
A felicidade não é possível através de livros de autoajuda, ansiolíticos ou outras drogas pois ela transcende o efeito de mitigação. O desejo de ser feliz pode até nascer do desejo de fazer parar a dor, mas quando a felicidade toma conta, o desejo é de que o próprio tempo pare!
A felicidade só pode acontecer no aqui e agora. Através de um irresistível desejo de paralização eterna do tempo. Se você está lendo esse texto, há grandes chances de já ter sentido isso, pelo menos uma vez, através da música. Se nunca sentiu, talvez esteja ouvindo música da mesma forma que se recorre aos livros de autoajuda, ansiolíticos ou outras drogas.
A música é capaz de muito mais! A música é a própria felicidade.
Mesmo a música mais depressiva pode causar felicidade. Felicidade, afinal, é um estado de espírito, pressupõe introspecção, enquanto que a anatomia de um sorriso pode até mesmo implicar a necessidade de uma boa selfie para o Instagram. Diga Xis!
A música nos fazer fechar os olhos, põe a mente a cessar.
Uma energia que nasce de lugar algum, faz os pelos arrepiar.
Um estado de presença, um comungar
Com a música ser, com a música estar.
Para sempre.
Se na vida o sofrimento é a herança trazida do não-criado, a música é o presente a se levar de volta pra casa.
Foto: Reprodução (Pedro Kirilos/ Agência O Globo)