A Nostalgia é Covarde
Postado em 14 de março de 2017 | 2.037 views @ 21:44


A última edição da revista Valhalla foi publicada em Novembro de 2007. De lá pra cá, com exceção de algumas poucas resenhas e cobertura de shows que escrevi para algumas outras publicações, foram 10 anos de silêncio no que diz respeito a crítica musical.

Escrever ainda faz parte do meu dia-a-dia uma vez que meu trabalho atual como gestor e produtor cultural pela Som do Darma também inclui muitas atividades voltadas à assessoria de imprensa. Escrever press releases sobre as bandas que gerenciamos é uma atividade constante e que gosto muito.

Mas recentemente me peguei sentindo falta de também escrever resenhas, entrevistas, coberturas de shows e editoriais como esse. Por que não?

Se quando iniciei a proposta era fazer um fanzine impresso, o fator econômico era um desafio que foi crescendo na mesma proporção que a ambição daquele jovem metaleiro e seu sonho de viver fazendo o que amava. O jovem hoje está na faixa dos 40, o sonho se tornou realidade e a internet é uma grande aliada.

Mas esse novo espaço não significa o retorno da Valhalla, mas apenas um desejo de seu antigo editor de voltar a escrever sobre rock e heavy metal. E por que não usar o nome Valhalla? Afinal, foi eu quem o escolheu lá em 1996, inspirado na música “Gates Of Valhalla” do Manowar.

Decidi acrescentar o “Por Eliton Tomasi” porque a Valhalla, enquanto revista, sempre foi caracterizada pelo trabalho em equipe. Agora, a finalidade só é subjetiva.

Não obstante, a Valhalla era uma publicação do mercado, precisava vender exemplares e ter anunciantes para se manter ativa. Já esse espaço não tem qualquer vínculo comercial. Não existe a intenção de escrever sobre uma determinada banda para gerar acessos ou ganhar Likes. Os textos são 100% sinceros, expressão máxima da minha subjetividade, sem qualquer outra tendência ou finalidade.

Ficarei muito feliz se os textos agradarem. Obviamente que textos são escritos para serem lidos e seria muito bacana que meus antigos leitores da revista se interessem por lê-los. Bem como  ter novos leitores significará um grande privilégio. Mas é fato que esse espaço encontra fim em si mesmo.

A Revista Vahalla foi muito importante na minha vida. Sem os 11 anos de trabalho com a publicação talvez eu não pudesse fazer o que faço hoje. A Valhalla foi fundamental para a construção da minha identidade, para descobrir o meu papel no mundo, me proporcionando um valor simbólico que é essencial para minha própria felicidade. E a felicidade não é possível através da nostalgia, pois esta pressupõe a saudade de algo que já não existe mais. A nostalgia é triste, nos faz paralisar no passado, como se temêssemos o presente. “Valhalla Por Eliton Tomasi” não é um espaço nostálgico, mas a manutenção de uma tradição com uma disponibilização para o futuro, para o desconhecido.

 

 
 
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